Leitores aos montes
me perguntam se acredito no resultado da pesquisa IstoÉ/Sensus que aponta o
tucano Aécio Neves com quase 18 pontos de vantagem sobre a petista Dilma
Rousseff. A minha resposta: eu acredito — e já afirmei isto quando saiu a
pesquisa do Instituto Paraná — que ele esteja na frente. E acho que por mais do
que os dois pontos apontados pelo ibope e pelo Datafolha. Se o Sensus está
certo ou não, bem, isso eu não sei. Estamos todos ressabiados depois dos erros
grotescos — e sem explicação — cometidos por essas empresas no primeiro turno.
Que a onda pró-Aécio é crescente, isso é perceptível.
Segundo o Sensus, Aécio obtém 52,4% dos votos
totais e Dilma, 36,7%. Os indecisos são 11%. Em votos válidos, a disputa está
58,8% a 41,2% para ele, com uma diferença de 17,6 pontos percentuais. O Sensus
ouviu 2000 pessoas entre os dias 7 e 10 de outubro, e a margem de erro são de
2,2 pontos para mais ou para menos.
Será isso mesmo? O Brasil é muito
grande. É sabido, no entanto, que o candidato tucano conseguiu abrir algumas
trincheiras importantes no Nordeste. Mais: seu programa no horário eleitoral
gratuito é muito superior ao da petista (tratarei do assunto em outro post). O
PT e Dilma estão se enrolando nas tramoias havidas na Petrobras. Não
conseguiram elaborar uma explicação convincente. A virulência contra o tucano
no horário eleitoral também não ajuda. Há o risco de provocar o efeito
contrário ao pretendido. Os testemunhos de Paulo Roberto Costa e de Alberto
Youssef são, como posso dizer?, acachapantes. Raramente a gente ouviu a
confissão de um crime com tantos detalhes. Durante as três gestões petistas,
uma quadrilha se apoderou da estatal. Não resta dúvida a respeito.
Há outros dados que, a serem
verdadeiros, demonstram o desastre que o assalto à maior estatal brasileira
promove na candidatura de Dilma: a sua rejeição teria saltado para 46,3% contra
29,2% do adversário. Hoje, o tucano venceria em todas as regiões, exceção feita
ao Nordeste, e em todas as classes sociais. Por Reinaldo Azevedo.